sábado, 25 de dezembro de 2010

Desabafo de uma consciência.

Daí ela, que jurou nunca mais sofrer por ninguém, está aqui cheia de tinta preta nos cabelos e com um aperto deeeste tamanho dentro do peito. Bom, no fundo ela sabe: a culpa é dela. Eu avisei que não seria uma boa. Mas ela, sempre romântica, embarcou numa aventura nova já ciente que seria a outra. Ele avisou, ela aceitou. Daí, essa aventura saiu dos trilhos, ambos se apegaram e passavam horas do dia um na mente do outro. Ele se promoveu de 'um' para 'o' e ela permaneceu (e permanece) na condição de outra. Agora ela está assim toda sem-gracinha, cheia de tinta preta nos cabelos, sem fome, distante de tudo e imaginando cada ação que seu querido deve estar fazendo com a 'uma' lá naquela cidade quente e sem graça.
E eu? Ah, eu tento ajudar, mas ela nunca me ouve.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mapa da mina

Sertralina
Cocaína
Ritalina
Janaína
Vaselina
Tubaína
Nicotina
Tanto faz
Menina
Cada
Um
Com
Sua
Sina

Colchão d'água

Noite passada choveu lá fora
Mas minha cama é que molhou
Você dizer que me quer agora
Me deu febre, morri de calor

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Justificativa da sem-vergonha

A timidez
É um passo 1,2,3
Pra não fazer
E se arrepender

Pode chover

O barulho da chuva me encanta
Dormir com esse barulho
Amar com esse barulho
A chuva parece que canta
Sopra meus ouvidos
Lava meus cabelos
Em casa a chuva me tranca

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ao prepotente

Oh querido, desista, você não é meu Rodin
Aquela ausência sua me deixou muito, muito mais sã
O amor saiu do meu peito direto pr'um papel
Assim como o esculpiu em pedra a Camille Claudel

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Povogado

Vida de gado, povo marcado*
Eles não teto, não tem nada
Não tem chuveiro ou privada
Apenas o dia e a noite
E o privado?
Antes famoso hotel num ano dourado
Hoje desativado
Com portas emparedadas
Foi ocupado
Seu dono mandou desocupar
'Tirem todos do seu novo lar
No meu patrimônio não vão ficar!'
A justiça concedeu
A esperança morreu
Coitado é esse povo que não tem onde morar.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Casamento.

Esse casamento
Tem meu profundo lamento
Acredito no amor
Mas isso está perto do horror

Minha linda, minha querida
Quero que sejas feliz
Sem estabelecer esse tipo de raíz
Tão longe, naquela terra perdida

Você é geniosa e dura
Nunca deixa trasparecer amagura
Mas, olha, se quiser voltar
Pode chamar que eu vou te buscar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bem vinda, Rita!

Eu vinha numa velocidade absurda, atropelando fatos, emoções e sentimentos. Há duas décadas, tudo se tornando uma massa única e cinza embaixo dos meus pés inquietos. Vinha correndo, fugindo de tudo aquilo que ora eu queria que me alcançasse, ora que sumisse do meu entorno. Daí do zero um muro surgiu na minha frente. O choque foi inevitável e eu entrei num coma profundo. Depois saí. Tudo isso em um dia, em uma hora. O choque ocorreu no momento exato em que descobri que a parte nociva da minha intensidade é um mero distúrbio químico, ou seja, um detalhe que pode ser ajustado pra não fazer parte de mim. Bem, no final das contas arrumei uma companheira, a Rita. Ao que tudo indica, seremos grandes amigas e confidentes. Ainda fico meio sem jeito de contar isso às pessoas, porque tenho a impressão de que a Rita fará muito mais por mim do que eu por ela. Enfim, estou otimista e esperançosa, porque eu hoje já não sou a mesma de ontem. Ainda bem...

domingo, 14 de novembro de 2010

Morta de saudades de mim.

O acúmulo de resíduos tóxicos prejudicou tanto minha mente a ponto dela me abandonar. Me transformei num corpo vazio, opaco, desatento, desmotivado e descolorido. O cinza passou a me vestir da cabeça aos pés. Até no tempo ele resolveu se meter, tirando o sol e o calor dos meus dias. Minha vivacidade, amor-próprio, alegria, espontaniedade e sagacidade simplesmente me deixaram sem nem olhar pra trás, sem discutir, sem me ofender ou sequer dizer aquelas verdades que descem rasgando. Nada. Consegui me perder de mim. Nem o verbo ficou por perto pra me levantar. Nem ele, nem o sujeito, as metáforas, enfim, se foi também a inspiração. Gastei dias e noites horizontalizada e escondida dentro do quarto, imersa em dúvidas, questões (insolúveis) existenciais, água salgada e uma tristeza sem fim. Um buraco se abriu no meu peito de dor e não fecha de jeito nenhum.
Até que a pergunta valendo um milhão de reais em barra de ouro (que valem mais que dinheiro) assolou minha mente nublada: PRA QUÊ TUDO ISSO?
Pois é. Absolutamente nada vai melhorar comigo longe de mim dessa forma. Minhas dúvidas perante a minha carreira não vão se resolver, quem eu amo não vai me retribuir na mesma proporção, já que sequer consegue SE amar da mesma forma que eu AINDA insisto em fazer; empregos ótimos não vão ficar tocando minha campainha e tudo vai continuar assim, com aspecto de que nunca terá fim.
Parei de pensar, vou reinventar. Me quero de volta pra me amar, me desejar, me encantar. A vida é um substantivo tão complexo e abstrato que não me dá o direito de fazer outra coisa se não o que manda seu verbo, viver. Se for rosa, florecerá independente de crises e é bem melhor receber as coisas de braços abertos e cheia de cor.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

500mg de cura.

Aparece em tudo que a cerca
Permanece presente ali ainda
Inflamado dentro do peito
Inchado.
Como uma ferida exposta
Um abscesso fétido que dói
Não há como respirar direito
Excesso.
Receitem-na uma pomada
Um antídoto que consiga curar
A dor dessa perda toda
Remova.

sábado, 2 de outubro de 2010

E enfim,

Seu amor está envelhecendo no fundo daquela garrafa de vinho que nunca tomamos, no brinde que nunca fizemos e na felicidade que nunca encontramos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Conter, nem pensar.

Tenho tanto a dizer
Tanto a te falar
Não sei como o fazer
Nem por onde começar
Só consigo deixar correr
Essas minhas gotas de mar
E vir aqui escrever
Fazer meus sentimentos rimar
Tudo que você não vai ler
Mas que presos não podem ficar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Conclusão

Rapaz, eu existo demais.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Gotas de nada.

Querido, deixe o conta-gotas naquele balcão,
Preciso me embriagar de doses duplas de amor
Puras, sem água ou gelo, sem limite ou pudor
Não sou sua vacina contra o vírus da solidão

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Temporal.

Me descobri como um temporal e
Meu amor torrencial vai inundar
Esse seu coração vogal e afastar
Todo o mal que queira te afetar

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Meus eles-líricos

Que falta me faz um Eugênio
Poeta, apaixonado e boêmio
Artista que leva a vida a cantar
Rindo comigo na mesa do bar

Só pra variar, quero Vinícius
Menino certinho e sem vícios
Que passa a tarde estudando
E a vida toda se graduando

Pensando bem, e o Mário?
Ali comigo atrás daquele armário
Toda noite cheio de desejo
Me tira a roupa no primeiro beijo

Por fim, sem medo, quero Eduardo
Boêmio, apaixonado e graduado
Tarado, bobo, poeta e divertido
Meu tudo, vou passar a vida contigo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Olívia sobre tela.

Na sua mão sou pincel
Afogando minhas cerdas
Nos sentidos sem medidas
Colorindo seu papel.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Chame uma ambulância.

Essa minha inconstância
É uma constante ânsia
Repleta de um montante
De coisa sem importância.

A ele.

Por mais que eu chore e me descabele
Só quero fazer um casaco da sua pele.

Dor que não dói.

Minhas juntas doem de você sobre mim
Mas eu nem ligo, até gosto de sentir
A cada fisgada lembro e fico assim
Dando risada e querendo repetir.

domingo, 8 de agosto de 2010

Procura-se um Norte.

Minha intensidade é nociva porque permanece à deriva nesse mar de sentimentos. Não consigo encontrar o sentido da vida, o Norte, a vocação. Vivo oscilando de interesses e vontades nessa busca incessante por um significado, inclusive 'volúvel' já se tornou um dos meus principais adjetivos. Até arrisco a dizer que, enquanto não encontrar essa minha resposta, continuarei sobrevivendo. O estágio viver passará a valer quando eu sentir que faço a diferença em algo ou alguma coisa.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Meu mise-en-scéne.

Quando conto aos outros nossa história, narizes e bocas se torcem, e elas, inclusive, ainda soltam ‘deixa isso pra lá’, ‘esse homem não merece você’, ‘esquece isso’ e todos os consolos semelhantes. No fundo sei que isso tudo é verdade, e sei também que a maioria de quem diz isso tudo não sente o que sinto aqui e não vê o mundo da forma que vejo - melhor pra elas.
Foi a segunda vez que projetei algo dessa intensidade a alguém, mas é a enésima que eu me apaixono por uma ilusão que criei e não pelo que realmente vivi. Deve ser por isso que eu insisto, já que nosso mise-en-scéne é sensacional. Cenário perfeito, pequenos detalhes perfeitos, química perfeita e nós, pessoas imperfeitas, cheias de conflitos tentando – cada um a sua maneira - ficar em paz. A essa nossa história – ou estória? – somou-se o ingrediente imprescindível a toda boa narrativa: o amor romântico, o não realizado, lembra? Descobri que é por não ter dado certo que, vez ou outra, ainda te amo.
Se tivesse dado certo e você comesse macarrão aqui todos os domingos, muito provavelmente já teria perdido a cor, o mistério e a graça do ideal, pra cair no cinza e opaco do seu real, do qual eu não prefiro continuar não fazendo parte.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Auto-preservação em terceira pessoa.

Ela, que jurou que tudo seria diferente, mais uma vez sentiu o abraço da indiferença. Sua pele branca ficou à margem de sua flor, mas o oceano em conta-gotas já não escorria mais pelo seu rosto em direção ao seu decote.
Cansou-se, enfim, e está pegando de volta todo o amor que, sem sucesso, tentou pregar na carne do peito amargo de seu amor. Agora vai juntá-lo com as migalhas de afeto dele, diluído na seiva toda que ele a encheu durante esse tempo todo, enquanto ela se iludia envolta no vapor barato que se formava na janela.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não para você.

Menino verde, fique onde está.
Estás proibido de me visitar.
Nada de ficar vindo em sonhos
Sempre carinhoso e risonho.
E nada de acordar meu amor,
Que apodreceu e virou dor.
Já me acostumei com você assim
E essa vontade há de ter fim.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Deixa comigo.

Se eu pudesse, arrancava à força esse vazio que você tem aí e colocaria-o junto ao meu. Assim, te livraria dessa prisão interna, da falsa paz e felicidade que você depende, e ainda arranjaria uma companhia, um flerte que fosse para o meu vazio, que anda meio amargo e se sentindo muito sozinho.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sensualidade poética.

Posso fazer um pedido?
Sejam poéticos, sutis e saibam seduzir.
Não quero o corpo mais sarado ou o músculo mais tonificado.
Quero o bom humor, o gesto, a piada feita no momento preciso,
A graça, o charme e a sutileza de saber me confundir.
Cansei de tudo que vem em série, quero a nuances do inusitado.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Auto-preservação.

Seu vazio me esvaziou.
Não quero mais engolir esse pouco que restou.
Meu vazio continua igual,
Não tento mais preenche-lo com você, triste e banal.

sábado, 3 de julho de 2010

Menino verde.

Sua seiva tem sede de mim.

Sem fé nem santo.

Falta um pouco de Olívia nesse corpo alcoólico e sem auto-amor, ultimamente.
Cansei da desorganização, da falta de horário, de perder tudo, dos excessos, das muitas personalidades, das inconsequências, da falta de memória, da insatisfação crônica, dos amores não correspondidos e desse vazio constante que nada preenche.

Vou me reinventando pra sempre até (quem sabe um dia) me encontrar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Euforia.

Todo mundo ri comigo uma felicidade que tem a massa de biju, fina e que derrete na boca.
Eles não fazem nem idéia...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pensamentos indigestos- parte 1.

Vivemos defendendo e pregando tantos ideais numa busca incessante por um sentido na vida que, na mais ridícula verdade, não existe?
Vida eterna, destino, paraíso e rencarnação são falsas premiações para me motivar a ir até o final?
É...
Os únicos problemas em não conformar-se com tudo que é dito e em querer saber os por quês das coisas que o mundo jogou no seu colo são: você é chato, quase sempre fica sem respostas satisfatórias e ainda vive numa loucura iminente.
Mas repetindo, os únicos.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bicho solto.

Esses dias eu ando meio bicho solto.
Misturado com vento forte e mar revolto
Não quero saber de nada nem de ninguém,
Principalmente de ninguém.
Meu aviso de tolerância baixa anda piscando no painel
E pra evitar conflitos, solto tudo nas linhas do papel.
Os habitantes do meu redor andam mesquinhos e fracos,
Empenhados em tentar maquiar os conteúdos de seus frascos.
Não sei porque andam me incomodando essas fraquezas...
Talvez porque elas me gritem que ninguém é só certeza.
Que é muita pretensão minha querer dissolver
Esses grumos que levou anos para se fazer.
Logo esse desconforto com tudo passa e eu me reacostumo
Mas enquanto isso, eu me ajeito bem aqui e durmo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Animal 1 x Homem 0

A inteligência irracional de um animal é capaz de afastá-lo de algo que já lhe causou algum tipo de mal, como uma planta venenosa, um objeto pontudo ou uma pessoa agressiva.
Os seres humanos, muito mais evoluídos e possuidores da tal da racionalidade, não conseguem essa façanha do melhor amigo cachorro (gato, macaco, papagaio...) e irritante, constante e frequentemente insistem em permanecer em teias (com licença, dona aranha, isto é apenas uma metáfora para relacionamentos interpessoais nocivos que aproveita da característica da sua arte em seda, a de grudar e envolver outros seres vivos para seu deleite futuro), que os impedem de seguir a vida sem amarras, sem apegos.
O animal, restrito a sua inteligência limitada e instintiva, é livre do tal apego, baixa auto-estima, carência, insegurança, medo de ficar só (além de religiões, moral constuída/constituinte, acúmulo enlouquecido de bens e capitais, preconceito com o diferente, da média para socializar e etc), sentimentos e valores adquiridos com nossa racionalidade e vivência num ambiente construído e modificado há alguns milhões de anos.
Deve ser por isso que ultimanente ando preferindo a companhia dos meus bichos que, além de tudo citado acima, não falam na minha cabeça.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sol.

Embora queime, me enche de vida.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cansei de vertical, quero horizontal.

O que faço com a fita que já foi nosso laço,
Se já esqueci seu gosto e as feições do seu rosto?
Com a mesma velocidade que te amei, agora eu te matei...
Não deito mais no seu leito e você não habita mais o meu peito.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Catarse.

Ahhh, a catarse!
Não existe coisa melhor do que a limpeza e a purificação daquilo que nos causa algum tipo de mal. Uma doença, um vício, uma pessoa, um trabalho ou o que for... livrar-se de algo que te sugue de alguma coisa.
Demorou o de praxe, mas minha catarse chegou.
Enfim, bem!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Whatever works.

Há tempos um filme não mexia tanto comigo. Os hormônios abalados podem ter amplificado um pouco as coisas, claro, mas o Woody Allen atingiu uma coisa aqui dentro que há tempos precisava ser atingida e mais, atingiu uma ferida que eu adoro arrancar a casquinha para ve-la sangrar: a caretice e sua rigidez.
Poucas coisas me dão tanto prazer quanto desconstruir valores alheios babacas, padrões pré-estabelecidos e tudo o que me é imposto de alguma forma.
Dá nojo ver meus semelhantes reprimidos religiosa, político, moral e sexualmente em nome de uma decência e de um padrão de equilíbrio completamente defasado e excludente.

sábado, 5 de junho de 2010

Surpresas.

Até que num dia de angústia, coisa recorrente,
Ela vem ligeira descendo aqueles degraus toda faceira
Leve, linda, com toda aquela coisa que ela tem de diferente
Ficou feliz ao me ver e, sem querer, coloriu minha sexta feira.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eis a questão.

Pior do que não saber se 'ser ou não ser' é não saber o que você quer ser.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Divórcio.

Quero o divórcio de mim mesma. Litigioso, mas eficaz.
Já que eu não me encontro, é melhor me separar de uma vez.
Me livrar desses medos, dúvidas, angústias e mais,
Sair dessa lama mental que habito há mais de mês.
Cansei de querer ser tudo e não ser nada demais,
Rindo alto para disfarçar o desespero, o xadrez.
Olívia, ser você significa não ter paz.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ao diferente.

Estamos juntos há muito tempo e você sabe como é
O banal e o normal nunca me fizeram bem.
Desde pequena indo sempre contra a maré
Aprendi a ser autêntica e gostar do que me convém.

É claro que isso tem um preço
Já que a grande maioria prefere gostar do perfeito
Mas nunca disfarcei o tamanho do meu apreço
Por tudo que é torto e cheio de defeito.

(...)

domingo, 30 de maio de 2010

Prosseguir.

Já era pra eu ter ido dormir,
Mas achei aquela sua foto de souvenir
Que tirei no telhado antes de ir
Pro paraíso onde ainda conseguíamos sorrir
Por horas e horas a seguir,
Sentindo suor e amor a fluir
Sem os atritos e gotas salgadas que estariam por vir
E, que mais tarde, me fariam desistir
Daquilo que tanto há tempo eu não conseguia sentir.
A tristeza, veja só, não veio mais me consumir
Só ainda não entendi o por quê de resistir
Ao meu vento de calmaria que começava a zunir.
Tomara, meu Deus, que um dia eu venha a descobrir...
Bom, amigo, obrigada por me ouvir,
Fique tranquilo que eu não vou mais sumir.
Vou ali me deitar para enfim o ritmo reduzir.
Apague essa luz e vamos dormir.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vontades.

Estou com vontade de algo.
- De comer?
Não, de viver.

(ela e eu)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Está feito.

Queria muito que minhas frases de efeito pudessem causar em você o que eu fico a imaginar.
E queria muito que seus defeitos não tivessem existido a ponto de eu te deixar.
Queria também esquecer, enquanto me enfeito, de como era branco e largo seu riso ao me elogiar.
Mas queria mesmo era apagar a lembrança dos seus trejeitos na cama ao me amar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Crise?

A sabedoria popular no meio de suas máximas vindas de anos de reflexões de pessoas sobre experiências semelhantes, principalmente sobre os sentimentos presentes nos relacionamentos - amor, raiva, tristeza, solidão - diz que as crises vêm para dar o 'up grade', a mudança de temporada, a passagem de nível. Enfim, o crescimento pessoal diante dessas situações chatas, desgastantes, conflituosas e questionadoras. Isso, questionar... a crise faz questionar, ou pelo menos TEM QUE fazer questionar.
Como acredito (na outra máxima) no 'nada é por acaso' e também ando em MIL crises, penso que realmente ando precisando (me) questionar. Vai ver são avisos da vida me gritando pra acordar, questionar mais, reinventar valores e conceitos, experimentar, descobrir e viver mais.
Quero muito e quero já!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Auto-traição.

É, andei me traindo muito este mês.
Não fiz nada do que me propus a fazer e fiz tudo o que jurei não mais fazer. Compulsões, insistências, reincidências, recaídas e etc.
Minha desorganização e eu somos quase que incontroláveis, mas vou me colocar na linha de maneira severa. Me amo muito e só consigo demonstrar esse amor por mim quando eu sei que estou fazendo o melhor por mim e, dessa forma eu volto a ser o centro da minha vida e não mais algo ou outrem.
O primeiro passo é aceitar e perdoar essa traição e isso eu já fiz. Agora é seguir em frente e fazer tudo diferente.
Olívia, te amo e acredito muito em vc. Vc é quem eu mais amo nesse mundo inteirinho.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dias cinza.

Cinza de cor, não de sentimento.
Na verdade, aquilo tudo tá guardadinho sem a fonte plugada na tomada e a tendência é a bateria acabar a qualquer momento.
E as metáforas sempre me dão prazer, porque é uma maneira de se expressar que qualquer criança entende.
E minha mente anda tão levinha, quase como um barquinho que vai na tardinha que cai.

domingo, 9 de maio de 2010

feliz dia, mãe.

Dia dela hoje, mas tudo anda tão incrívelmente inflamável aqui que nem vou me estender muito.
Comprei um presente de 100 reais, que jurei ser a cara dela, e ela não gostou.
Meu quarto está bagunçado há 19 anos (amanhã 20) e ela chorou de irritação por causa disso (e eu ri porque a desorganização rompe as barreiras do meu quarto e adentra na minha bolsa, carro, vida sentimental e etc).

Conclusões:
1- Te amo, mãe.
2- O inferno astral está rindo vorazmente da minha cara.

sábado, 8 de maio de 2010

Saudade.

A Clarice já disse uma vez que saudade é o sentimento mais urgente que existe, e é verdade.

A saudade sempre esteve muito presente em mim, principalmente a saudade do meu pai que sempre esteve longe. Hoje, o vazio que ela cavou é facilmente preenchido com algo ou alguém. Comida, álcool, livros, amigos, compras, amores, pseudo amores e etc. Ele sempre é disfarçado, fica quietinho, na dele. Ocasionalmente em algumas noites ele faz questão de me saudar, faz questão de me lembrar que ele existe ali e que nada nem ninguém consegue tapá-lo.
O pior é que eu sempre arranjo alguém pra colocar dentro dele e enquanto (e quando) dura,dá bem certo. Quando acaba é uma quase morte, uma dor insuportável, desespero e escuro que perduram por alguns dias até que se desfaz.
Minhas palavras e linhas estão um pouco alcoólicas hoje, mas tudo isso é pra dizer que sinto saudade desde sempre e gostaria que fosse recíproco e urgente, como ela é.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aconteceu.

O nó é grande, mas é seco. Não é daqueles nós molhados e salgados, como costumam ser.
Talvez a maré seja tão grande que não sabe como sair ou talvez o orifício seja muito estreitinho para a imensidão de água contida, não sei.
Vamos aguardar pra ver se a seca persiste ou se o meu sertão vai virar mar.

sábado, 1 de maio de 2010

Mapa do meu nada.

Às 23h49 desse sábado - em casa -, a Cássia provoca pra voar.
Voar pro alto e pra longe. Não tão longe.
Quero aumentar e qualificar a lista dos meus 'meus', aproveitando esse período (de mente) fértil. Escrever e criar são atos extremamente oscilantes, inconstantes. Parabéns (ou não) pra quem mecaniza isso, mas ainda sigo a temperatura do meu sangue. Hoje, temperatura amena.
Os vinte estão a 8 dias de mim. Início da segunda década, do 1/5 de século e de novos ventos. Podem vir que eu não tenho mais medo. Caio e levanto rápido, vocês sabem. Aliás, começo e desisto, falo e esqueço, faço e desfaço, gasto e fico sem, consigo e perde a graça, sinto saudade e esqueço, explodo e durmo, amo e odeio, dou risada e choro, vivo e quero desistir assim também, da mesma forma.
Pessoas volúveis e que esquecem rápido irritam muito (os outros), mas vivem tão mais verdadeiramente. Sempre parece que é a primeira vez de tudo, mas meu mecanismo falho é programado para não repitir algo que deu errado, mesmo que eu não o lembre.
É sério, podem vir que estou quase afinada. Vocês me moldam, ajustam, lapidam e ensinam cada vez melhor à medida que passam por mim.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.

Quando saio da zona da inércia, tudo se aquece e a produção rende muitos bons frutos. Gosto disso, dessa sensação de mente cheia e ventilada. Produzindo, vejo que muita coisa que me consumia não passam de meros caprichos, implicâncias e suas semelhanças.
Claro que muita coisa realmente faz sentido, mas a partir de hoje mudarei minha postura diante de tudo. Vou visar minha paz. Ela e somente ela.
Peguei a estrada para um novo horizonte, mais ameno e colorido.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Dorme que passa.

Dormir para digerir o oco.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Linha tênue.

Posso sentir ela bem perto. Fazia tempo que ela não vinha me visitar.
Geralmente vem a noite, quanto tudo está quieto, escuro. Quando meus pensamentos estão mais girtantes e minha realidade mais visceral.
Puta egoísta! Que realidade visceral se tenho tudo? Basta eu pedir e aquilo logo está na minha mão. Tenho amor, dedicação, atenção, dinheiro, carro e fico falando de realidade visceral? Pára.
Sofro de insatisfação crônica porque tenho tudo e não dou valor a nada. Não pago aluguel, não preciso me preocupar em pagar a prestação da máquina de lavar, não trabalho, durmo todo dia a tarde, não lavo louça, não limpo a casa e não sei fazer uma panela de arroz.
Que grande merda.
E meus vinte anos estão aí chegando e gritando na minha cara. Gritam que eu não sou nada, que não faço diferença em nada do que gostaria. Gritam que minha carência me torna desagradável e que afasto as pessoas que quero perto. Gritam que estudo numa faculdade elitista, que gasto mil reais mensais e que nem sei o que é essa quantia de dinheiro porque nem trabalhar eu trabalho. Gritam que minha vida é uma chatice, que nesses 20 anos eu vivi as experiências mais malucas e surreais, todas forradas de muitas mentiras e ilusões. Gritam que eu sou um personagem, um personagem que funciona bem. Cara e postura de forte, mas que tão frágil quanto uma flor dente de leão. Uma rajada de vento leva tudo embora. Gritam que ninguém me conhece, que isso que sou é uma defesa, um medo do real.
Sempre no conflito. Realidade externa X interna, razão X emoção.
É sempre assim quando a realidade me visita. Ela sempre traz a loucura.
E essa me seduz, me encanta, me faz sentir livre. Traz os pensamentos densos, as vontades mais absurdas e um desespero tamanho. Na verdade, traz uma vontade súbita de querer sair, correr, cair. Por isso o desespero e as gotas salgadas que saem de mim. Traz a tristeza e toda a sua complexidade. Pra que ser feliz no estilo do barquinho que vai e da tardinha que cai? Simples, porque essa minha intensidade não suporta isso.

Habito sempre a linha tênue entre ela e a sanidade.

domingo, 25 de abril de 2010

Toalha jogada.

O dissabor veio forte, veio de machucar
E do seu lado veio o cinza indiferente
Se a cor do (auto)amor não colore sua mente
Recuo para me preservar.

sábado, 24 de abril de 2010

O ser volúvel.

Um problema de ser volúvel, maluca e ter um blog é que meu sentimento transformado em linhas das 3h da tarde se tornam completamente diferentes dos da meia noite! E o outro é tentar explicar que nada escrito aqui é necessáriamente dirigido a alguém. Mas isso eu não vou explicar, o que tiver que ser dito pra quem quer que seja, será dito de forma clara e direta.

"A atmosfera pesada dissipou no momento em que ela enxergou que não possuía nada nem ninguém e que o fundamental era aproveitar a aprender com tudo o que a vida a presenteva...
Pra que ter pressa se o que vale é o coração?"

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A porta está aberta.

Se quiser sair, saia agora.
Leve sua cor, sua calmaria, sua brisa fresca e metade do meu amor.
Deixe a outra metade aqui com minha paz. Vai e não demora.
Não precisa olhar pra trás. Me deixe aqui que eu me viro com a dor.

Se quiser ficar, eu prefiro.
Deita aqui com o coração aberto e vazio de medo.
Jogue tudo lá fora, junto com os problemas que não nos pertence.
Tudo o que quero é ser seu aconchego.

Fecha essa porta...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mudar o tom.

Não consigo mudar o tom.

Depois que eu pego fogo, não adianta tentar me apagar. Muito menos tentar me 'amornar'.
Gosto e gosto muito. Quero e quero muito. Amo e amo muito.
Não gosto de metades, média 5,0, rapidinhas, carne ao ponto, leite frio, bolacha murcha e etc.
Quero tudo ou nada. Quero você inteiro, ou não quero mais. Não quero pedaços servidos às vezes, as migalhinhas depois do café da tarde.

Mas não pense que quero o estrago, o excesso, o erro de mão. Não.

Interessa-me o necessário, o meu necessário. Caso contrário fica faltando, meu vazio não se preenche de colorido, a maldita saudade fica rondando, minha carne não se sente viva.

Dizem que pra ser feliz com alguém, há de se aprender a ser feliz sozinho primeiro.
Pois bem, ser feliz e ter alguém, para mim, é inversamente proporcional.

Ser intensa me consome muito.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Criei coragem.

Finalmente resolvi transformar meus sentimentos confusos e intensos em linhas deste blog que vos escrevo.